segunda-feira, 28 de agosto de 2006

1 - Como tudo começou



São Carlos, 26 de agosto de 2006.
A vida é mesmo uma aventura, por isso todos temos algo a contar, alguma experiência que julgamos ser única, ainda mais quando levamos em consideração o nosso ponto de vista naquele episódio, porque cada um de nós possui uma percepção da vida que diferencia do nosso próximo, mesmo aquelas pessoas que têm muita coisa em comum, sempre existe aquele ponto de divergência que pode fazer muita diferença na hora de relatar a mesma experiência vivida. Agora mesmo estou discutindo com a minha esposa sobre modelos que o nosso cérebro constrói sobre o mundo real e a percepção que possuímos sobre a realidade por intermédio desses modelos.

O.k., dito isso vou tentar relatar aqui sobre uma de minhas inúmeras aventuras que já tive nessa vida e essa minha aventura além de conter minhas observações peculiares sobre a realidade que presenciei ao longo dela traz também países, culturas, idiomas e histórias vivenciadas e contadas por terceiros. Ela se passou no ano passado na Europa, e a decisão de ir para lá veio depois que terminei o projeto de uma balança eletrônica para pesar bois na firma onde trabalhava em Dracena, inicialmente eu tinha decidido voltar a estudar e fazer mestrado, mas como sempre gostei de planos alternativos caso um falhasse eu propus para minha família que se não desse certo o mestrado nós iríamos para a Itália, eu iria na frente e depois que me arrumasse lá a minha esposa e meu filho iriam em seguida. A doida da minha mulher topou na hora e ficamos combinados assim.

Dei entrada com minha matrícula na escola onde havia me graduado em São Carlos e deixei acertado com meu antigo orientador do tempo da graduação a minha volta, ele disse que iria me encaixar num projeto temático sobre TV Digital e desse jeito eu teria garantido uma renda para custear meu mestrado, por via das dúvidas me inscrevi para pleitear uma bolsa institucional do Departamento de Engenharia Elétrica financiada pela CAPES seguindo minhas diretrizes de sempre ter um plano alternativo garantindo assim uma fonte de financiamento. Tudo parecia caminhar para eu fazer meu mestrado, afinal estive com meu orientador, seu nome é Valentin, na graduação durante 3 anos e muito do que sei sobre eletrônica devo a ele, por isso estava dando essa bolsa do projeto temático como certo já, mas a conversa do plano alternativo de ir para a Itália sempre vinha à tona, com minha esposa e amigos, e empolgava também, tanto que às vezes eu até torcia para as bolsas não saírem, acho que torci com tanta força que no final elas não saíram mesmo! De repente, quando voltei para conversar com o Valentin ele me disse que não ia me colocar no projeto temático, falou que ia colocar um aluno de mestrado que já tinha começado com ele, nem me lembro mais o nome do aluno. Aquilo me abalou um pouco, mas ainda restava a bolsa institucional, esperei, mas já bem desanimado, afinal a idéia de ir para a Itália começou a ficar mais atraente ainda. Esperei o resultado do departamento e não consegui também, nem na lista de espera o meu nome constava, enfim não consegui nenhuma bolsa. Naquela altura foi um alívio para mim, eu já tinha começado a pesquisar sobre minha ida à Itália mesmo.

Meu pai havia regularizado seus papéis para tirar cidadania italiana, lembro que ele levou bastante tempo, vários anos, meu irmão e minha irmã já haviam regularizado seus papéis italianos para irem trabalhar na Europa, em Londres, só eu que não tinha feito nada ainda. Regularizei tudo, até para o meu filho eu tirei passaporte italiano e brasileiro, também regularizei meus documentos da graduação, traduzi meu histórico escolar e diploma e registrei no consulado italiano de São Paulo para poder exercer minha profissão na Itália, deu um trabalhão. Dá para perceber tantas coisas familiares quando a gente se mete nessas encrencas, deu para perceber, por exemplo, o quão parecido é a burocracia italiana comparada com a brasileira, eu acho que herdamos a “burrocracia” dos italianos, talvez a gente tenha aperfeiçoado um pouco, e não estou sendo irônico, só para ilustrar o que estou tentando dizer, foi comum eu ter que reconhecer firma do tabelião de notas do cartório que reconheci as firma de minhas certidões de casamento, nascimento, histórico escolar, etc.

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu vou com vc, até de baixo de uma ponte, e vc sabe q eu vou! Pq o importante são os laços de amor, q construimos ao longo d vários anos. O cuidado, é o maior laco de amor.