terça-feira, 7 de novembro de 2006

58 – Simbologia.

Apresentações feitas o professor começa a aula propriamente dita, foram tantas palavras novas que aprendi só no primeiro dia que sou capaz de lembrar ainda hoje quais foram. Sempre existe um paralelo entre o cotidiano da gente e os conceitos de engenharia, basta lembrar da quantidade de palavras aprendida no primeiro dia e o que se sucedeu nos dias seguintes que imediatamente me remeto a um gráfico, velho conhecido nosso, onde a curva inicial cresce rapidamente num primeiro momento, mas logo em seguida ela tende a oscilar em torno de uma reta bem abaixo daquela subida inicial, nós chamamos esse fenômeno de subamortecimento, é usado principalmente em sistemas de controle. Muito boa essas teorias de engenharia, todo mundo deveria fazer, fica mais fácil abstrair a vida com elas. Tomara que meus colegas da graduação não leiam isso, senão eles vão querer me internar num hospício. No primeiro dia a gente fica aceso, não quer perder nada, cada suspiro do professor era registrado, ele ia falando e eu repetia suas palavras no meu pensamento. Nós tínhamos intervalos a cada 50 minutos aproximadamente, já no primeiro fomos todos lá para fora, todos tinham que se conhecer, eu fiquei enroscado com dona Marta. Ah se ela tivesse uma voz clara. Naquela altura eu ainda não sabia direito se o problema era eu que não tinha vocabulário ou ela mesmo. De repente o celular toca. Toda vez que ele tocava era a maior tensão, meu coração disparava, se fosse meu primeiro emprego eu nem sei o que faria, olhei no identificador era de outro celular que não estava registrado na lista de meus contatos.

– Alô.

– Oi, é o Fabriciu aí? – Alguém me pergunta em português.

– Sim? Pois não? Quem é?

– Aqui é o Gláucio. A Margaret disse que você passou aqui hoje e ela me passou seu número.

– Oi! E aí? Passei mesmo. Fui para te conhecer. Agora estou em um curso, estou no meu intervalo.

– Vem aqui na hora do almoço para a gente trocar umas idéias?

– Beleza. Tá combinado. Eu fico livre ao meio dia e vou direto para aí.

– Combinado, até mais.

Quando alguém toma uma iniciativa dessas de ligar sem conhecer ele está demonstrando todas as melhores impressões do mundo, não era necessário fazer aquilo, eu já tinha dito à Margaret que iria e mesmo assim ele demonstrou preocupação, cuidado. Nessas horas a gente percebe a importância dos pequenos gestos.

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