sexta-feira, 24 de novembro de 2006

73 – Macete.


Nem Federico, nem Elizabeth, eu acho que acabamos nos desencontrando. Pudera, não tínhamos combinado nada para depois da aula. Foi melhor assim, eu ficava mais à vontade de poder voltar caminhando, peguei o costume de ficar com minha consciência limpa quando não contrario aos outros, esse foi um vício que adquiri no México, para não desperdiçar nenhuma oportunidade eu havia adotado a postura de nunca dizer não a ninguém, nem se me oferecessem uma comida que eu não gostasse como peixe, por exemplo, logo nos primeiros dias que cheguei lá me levaram para jantar somente camarão cozido, foi um pesadelo para mim, comia sorrindo para não me denunciar. Em contrapartida eu viajei para todo o canto como convidado, grande parte disso eu credito à minha disposição de topar qualquer parada, as pessoas se sentiam mais à vontade de me convidarem, pois a chance de receberem um não era pequena. Acabei incorporando isso em minha personalidade o que havia começado de maneira artificial.

Naquela noite, para não perder o embalo, sentei-me à mesa e me pus a ler a apostila. Muito interessante. Ela ao lado de minha pasta branca passariam a ser meus principais companheiros nas minhas jornadas diárias, qualquer momento que eu me colocava ocioso, quer seja no ônibus, quer seja esperando alguém, lá estava eu decorando as conjugações dos verbos. Bem, primeiro comecei lendo toda a apostila, depois li de novo e aí sim comecei a decorar os verbos. Foi uma fórmula que deu certo, com aproveitamento total.

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