domingo, 10 de setembro de 2006

12 – Enfim só!

É incrível o que um acidente pode desencadear, pode mudar o percurso de toda uma história, tá certo que não podemos chamar de "Acidente" o que aconteceu, mas de qualquer forma foi interessante. Assim que minha irmã entrou fui procurar por uma tomada para recarregar meu palm, tinha usado ele sem parar desde que sai de Avaré ouvindo música e fazendo anotações, faltava pouco para a bateria acabar de vez, eu tinha tido a "brilhante idéia" de começar um diário desde o primeiro instante em que pisei na rodoviária. Tudo bem voltemos ao acidente, estava eu caminhando e heis que um carrinho de aeroporto, subitamente, passa em minha frente vazio e sem ninguém guiando, olho em volta e vejo um casal correndo com as malas em direção aos portões de embarque onde minha irmã acabou de entrar, com certeza estavam atrasados e largaram o carrinho ali mesmo de qualquer jeito, nem pensei, agarrei-o e saí para buscar minhas malas que já estava quase na hora de retirá-los. Um carrinho faz uma diferença que só quem precisa sabe, agora eu estava em condições de procurar a tomada. Andei sentido a uma das laterais do aeroporto, para um dos estacionamentos, estava frio e cada vez que me distanciava do saguão esfriava mais, fui por um corredor vazio com várias salas de escritórios todos fechados, pois o expediente tinha se encerrado, disposto em dois andares, não se via ninguém, caminhei bem devagar empurrando meu carrinho e varrendo o ambiente tentando encontrar uma tomada, de longe, parecia que eu tinha encontrado uma, só que não tinha nenhum lugar para eu me sentar e o banco mais próximo estava na entrada de outra sala bem mais adiante, continuei caminhando para ver onde aquele corredor iria terminar, terminou em um hall que se alargava e tornava-se amplo para receber as pessoas que vinham de fora, apesar do frio saí para dar uma espiada, seria minha segunda vez que estava saindo para fora, na primeira estava apressado para alcançar aquelas garotas e nem deu para ver e muito menos sentir nada devido à pressa, encontrei vários carros com estilo bem diferente das do Brasil, eram grandes e marcas do tipo Mercedes, BMW, o mais chinfrim era Fiat, mas mesmo assim bonito, tinha algumas motos também. De vez em quando aparecia alguém saindo do aeroporto, mas eram raros. Voltei para dentro para recarregar meu palm, mas eu precisava sentar, fazia tempo que estava andando e sentar naquele chão frio não ia dar certo, por isso olhei para os lados, fui e voltei várias vezes para ver se tinha alguém e depois de assegurado se podia aparecer alguém arrastei o banco para perto da tomada, era um banco comprido e pesado, fiquei imaginando a cara dos ocupantes da sala quando virem o banco mudado, depois do trabalhão que tive, inclusive para procurar o recarregador que não lembrava onde tinha colocado e revirei todas as minhas coisas até encontrar, fui colocá-lo na tomada e só então percebi que não era compatível, nem senti raiva, estava sem ânimo para tanto, só conseguia pensar em cortar o fio e fazer uma gambiarra, não sabia se o padrão italiano era aquele ou se haveria alguma outra tomada compatível com o meu, nada que alguns minutos sentado não resolvesse, refleti alguns minutos e decidi procurar mais um pouco antes de tomar qualquer atitude, parecia que eu tinha encontrado uma tomada igual às que existem no Brasil em algum lugar só não me lembrava onde.

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