sábado, 2 de setembro de 2006

4 – Agora é só relaxar e partir.

Um belo dia tudo estava arrumado, os passaportes italianos e brasileiros estavam nas minhas mãos, a minha documentação para regularizar minha profissão na Itália estava traduzido e homologado no consulado, as declarações e certificados para minha esposa conseguir um visto para morar na Europa estavam arrumados, a autorização de meu filho poder viajar com a mãe para outro país já estava assinado e reconhecido a firma, não havia mais nada pendente que me impedisse de partir, só que eu descobri isso! Foi tanta coisa para ver e tanto tempo de espera que quando tudo acabou foi difícil de perceber, me lembro que fiquei sentado vendo e revendo cada coisa até cair a ficha. – Agora posso ver a passagem de avião! – Pensei comigo. Fui procurar minha irmã, que trabalha na Varig, sobre a possibilidade de eu poder tirar uma passagem por meio dela que sairia um absurdo de barato, sempre estava conversando com ela sobre isso, mas as regras sempre mudavam e da última vez que ela havia se informado não dava mais para tirar passagem para irmão, só para os pais, ela ficou de ver.
Paralelo a isso eu tinha que vender minha moto, só que antes eu queria fazer uma última viagem de despedida com ela, a resposta veio por meio de minha prima Keith, ela nos convidou de passar uma semana na casa de praia da mãe dela no Guarujá. Era tudo o que estava precisando, depois de tanta correria, uma viagenzinha com minha esposa para nos despedirmos e recuperar energia para a esperada jornada que estava para vir. Foi muito legal, se bem que passar um tempo na praia sempre é legal, mesmo debaixo de chuva. E foi o que aconteceu, pegamos sol, mas a maior parte do tempo choveu, inclusive para pegar viagem na volta. Não adiantou nada, curtimos o passeio do mesmo jeito.

Na volta para casa sob chuva, nos separamos da minha prima que foi direto para Avaré e nós resolvemos passar em São Paulo para visitar minha irmã e os irmãos de minha esposa, fizemos o serviço completo, afinal era a última vez que eu estaria com minha moto, companheira de tantas viagens, pousamos lá e voltamos para Avaré no dia seguinte.
Acabado o momento de sonho encarei a realidade e vendi a moto sem exitar na mesma semana para a concessionária Honda da minha cidade. Não senti nada. O difícil foi ter que admitir que isso seria o melhor caminho, a gente sempre pensa em largar a moto encostada para não precisar se livrar dela, não só a moto, um bem de modo geral, mas depois que tudo passa é mais fácil de perceber que vender é a decisão mais correta, não faz sentido deixar um capital parado, dando prejuízo pagando imposto e manutenção sem um sentido concreto dela existir, chegar a essa conclusão que foi mais difícil para mim. Com o dinheiro da moto na mão eu podia cuidar da questão passagem aérea. Naquela altura, uma vez de volta para o mundo real, eu já não acreditava mais em milagres e como a resposta da minha irmã não vinha fui atrás de outra alternativa, pesquisei em várias agências e a que eu fui bem atendido foi a mais barata também que encontrei, o nome da moça que me atendeu é Ariane Eburneo (MSN: ariane_21_21@hotmail.com), ela conseguiu uma passagem de uma empresa italiana (Alitalia) por US$ 987,00 incluindo taxa de embarque e tudo direto para Milão na itália, detalhe, para dali duas semanas. Eu não podia esperar ou agarrava aquela passagem ou arriscava e esperava mais um pouco e podia perder a mesma, de frente de tudo o que eu já tinha passado não hesitei, fechei na hora. Quando as coisas parecem conspirar contra você é porque elas estão conspirando mesmo contra, parece mentira, mas no outro dia a minha irmã disse que dava para eu tirar a passagem com ela. F... Eu já tinha dado os cheques para a Ariane e ela confirmou a compra. O que eu faço agora?


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